Uma das maiores dúvidas dos concurseiros é: como funciona o psicotécnico no concurso público?
Inclusive, em razão dessa falta de conhecimento sobre o processo, muitos acabam ficando ansiosos e nervosos no dia do exame, atrapalhando o seu desempenho.
Para ajudar a diminuir esses sentimentos negativos, montamos esse guia! Aprenda como funciona o psicotécnico no concurso e seja capaz de manter a calma durante os testes.
Boa leitura!
1. O que é o exame psicotécnico no concurso público?
O teste psicotécnico é uma das etapas do concurso público, que consiste na avaliação psicológica dos candidatos, com o objetivo de analisar se estes possuem os traços adequados para o cargo.
Bastante comum nos certames policiais, essa fase também pode ser aplicada em outros processos seletivos, desde que haja devida previsão legal.
Essa etapa também é conhecida como avaliação psicológica e, assim como o TAF ou a investigação social, esta também possui caráter eliminatório!
2. Qual a previsão legal para o exame psicotécnico em concurso público?
O exame psicotécnico apenas pode ser aplicado nos concursos públicos que possuírem em seu regramento legal a aplicação dessa etapa.
Isso acontece em razão da Súmula Vinculante nº 44 do STF, a qual determina que somente a lei possui competência para sujeitar os candidatos a exame psicotécnico durante habilitação a cargo público.
Então, se não houver previsão legal, a avaliação psicológica não pode ser exigida pela banca examinadora.
Ademais, como dissemos anteriormente, essa fase é bastante comum nos concursos policiais, como o da PF e PRF.
3. Como funciona o exame psicotécnico no concurso público?
Afinal, como funciona o psicotécnico no concurso? Essa etapa consiste na aplicação de testes psicológicos — capazes de analisar determinados traços e características dos candidatos.
Além disso, alguns exames podem incluir entrevistas individuais entre o examinador e os candidatos, nas quais serão realizadas perguntas capazes de extrair esses traços psicológicos.
Contudo, é importante destacar que os testes do psicotécnico apenas podem avaliar algumas características, no caso, relacionadas às futuras funções daquela pessoa. Essa limitação é necessária para que a fase não seja utilizada como instrumento discriminatório.
Veja abaixo quais características são averiguadas durante o processo, assim como as condições que mais eliminam os candidatos:
Características analisadas
- Características imprescindíveis: apresentação pessoal, atenção difusa, bom senso, capacidade de acatar normas e regras, capacidade de adaptação, controle emocional, dedicação, disciplina, discernimento, honestidade, imparcialidade, prudência, rapidez de ação, reação e responsabilidade.
- Características importantes: atenção concentrada, autoridade, capacidade de observação, dinamismo, educação, energia, iniciativa, memória fisionômica, memória visual, percepção, resistência à frustração e sociabilidade.
- Características necessárias: fluência oral, inteligência (raciocínio dedutivo/indutivo), persuasão e raciocínio verbal.
Condições eliminatórias
- Agressividade auto-dirigida;
- Desvios de sexualidade;
- Emotividade acentuada;
- Estrutura frágil de personalidade;
- Fanatismo ideológico e/ou religioso;
- Heteroagressividade exacerbada;
- Impulsividade exacerbada;
- Psicopatologias;
- Vícios (álcool, drogas, jogos, apostas…).
4. Qual a importância do psicotécnico para concursos?
Um dos objetivos do psicotécnico para concursos é garantir que os candidatos aprovados possuam condições psicológicas para exercer suas futuras funções.
Assim como o TAF visa avaliar as capacidades físicas dessa pessoa, a avaliação psicológica é voltada para as condições mentais, focando em traços que podem afetar, de alguma forma, na eficiência do serviço prestado ou até mesmo na segurança pública.
Por exemplo, nos concursos policiais esse exame é imprescindível, pois os candidatos aprovados para o cargo terão autorização para portar armas de fogo. Desse modo, é necessário impedir que pessoas com heteroagressividade exacerbada ou impulsividade não conquistem esse poder — colocando em risco a sociedade.
Além de assegurar a segurança das demais pessoas, esse teste para concursos policiais também garante que o próprio profissional tenha condições de lidar com os desafios do cargo, como situações de risco.
5. Dicas de como passar no psicotécnico no concurso
Como a avaliação psicológica analisa características intrínsecas da nossa mente, é mais difícil se preparar para essa fase do que para as demais, como os testes teóricos.
Ainda assim, separamos algumas dicas que você pode colocar em prática para facilitar o processo. São elas:
Entenda como funciona o teste
A preocupação em relação ao exame psicotécnico é principalmente gerada em razão do desconhecimento.
Por isso, antes de realizar o teste, colete o máximo de informações sobre, entendendo como funcionam as avaliações aplicadas e, principalmente, os critérios de eliminação.
Dessa forma, você perceberá com antecedência que possui chances de ser aprovado, diminuindo sua ansiedade e nervosismo em relação ao exame.
Além disso, converse com outras pessoas que já passaram pelo mesmo processo, acumulando informações mais práticas sobre a etapa.
Prepara-se com antecedência
Não deixe para buscar informações sobre a avaliação psicológica no dia anterior ao exame!
Em vez disso, colete essas informações com mais antecedência, inclusive, ajudando a cumprir seu principal objetivo: manter a calma durante o teste.
Quanto mais cedo você acumular esses conhecimentos, menor será sua ansiedade durante o processo avaliativo.
Mantenha a calma
A principal dica para ser aprovado em todas as etapas do concurso, sobretudo o psicotécnico, é: mantenha a calma!
Dessa forma, será possível entender com clareza as orientações do examinador e cumprir com todas as atividades da forma certa.
Aplique as outras dicas acima e garanta a tranquilidade necessária para o dia do teste.
6. Reprovado no teste psicotécnico: o que fazer?
Como foi dito anteriormente, a avaliação psicológica é uma das etapas eliminatórias do concurso público.
Contudo, os candidatos insatisfeitos com o resultado podem entrar com um recurso administrativo, recorrendo ao resultado da avaliação.
Inclusive, para garantir ainda mais credibilidade ao seu recurso, apresente suas provas e laudos para especialistas da área psíquica, requerendo uma segunda avaliação.
Além do recurso administrativo, o candidato insatisfeito também pode entrar com uma ação judicial, principalmente quando seus resultados forem infundados ou não seguirem os critérios objetivos do teste.
Durante esse processo judicial, será possível também apresentar novos laudos psicológicos e demais provas capazes de comprovar a irregularidade da sua reprovação.
Sem falar que, caso o concurso ainda possua outras fases a serem cumpridas, você pode solicitar uma liminar, requerendo o retorno ao certame como candidato sub judice — sendo capaz de realizar as etapas seguintes.
Para aumentar suas chances de sucesso nesse processo judicial, tenha ao seu lado um advogado especialista em concurso público!
Advogado e sócio no escritório Paes Advogados. Especialista em direito administrativo e estudantil. Atua na defesa de estudantes e candidatos eliminados em concurso público.